sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

NOVO DEZEMBRO





Dezembro pode ser o fim. Fim de ano, fim de um ano de estudo, fim de trabalho e outros fins. Eu desejo dar alguns fins...

Dezembro pode também ser o perfume de um começo que se anuncia. Novo ano, novos planos e que venham mais novidades por aí. Desejá-las já é um bom começo. Desejar, planejar, sonhar, é recomeço de vida.

Recomeçar é dar novas chances a nós mesmos.

Quando chega dezembro eu abro a minha agenda do ano seguinte, arrumo gavetas, arrumo desejos, planejo vida.

Penso também que pode ser fim de vida. Se for, eu organizo meus papéis, minhas anotações, dou roupas e objetos.

Não é tristeza, não é desistência, é ser gente. Gente para ser começo ou fim.

O meu novo tempo me faz mais franca comigo mesma. Não gosto de fim de ano, não é de agora. Tem algo de triste. Mas eu passo por ele. De fim de ano gosto das frutas, das castanhas, da lembrança de pessoas queridas. Não gosto da euforia das pessoas correndo pra comprar presentes. A caridade de fim de ano me aborrece. Gente precisa de atenção, comida e dignidade o ano todo, a vida toda.

Vou morrer sem entender a vida. Não entendo a chuva na casa do pobre.

Mas me dizem que tudo tem razão de ser e acontecer.

Eu sou de bem com a vida. Eu sorrio. Eu amo. Eu me perdoo. Eu gosto de gente.

Eu sou feliz apesar de não ser o tempo todo alegre e de bem com a vida.

Compreendo que a vida é ida. Estou no caminho.

Eu sou o novo dezembro a espera do novo ano.


Joyce Pianchão

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