Na época
de eleições, eu sigo para as minhas recordações, sempre é assim,
sempre eu fico assim. Não estou mais ali, mas mantenho o endereço no título de
eleitor e na mente. Não me pergunte por que, nem eu mesma sei. Na verdade sei
sim, as outras opções também são complicadas. Serei eu a complicada?
É nesta oportunidade que eu me permito voltar
nas ruas de um bairro que fizeram importante parte da minha história.
Vou cedo pelo caminho silencioso, de ruas que
apontam para o alto, subida longa em um domingo nublado, quieto, tão quieto que
parece que tudo se imobiliza para eu desfilar com o meu passado. Mesmo onde há
novas construções, novos moradores, eu vejo nitidamente, exatamente como era
antes. Estão lá as pessoas, as casas, eu e o tempo.
Tudo tão real que travo um diálogo comigo
mesma, me perguntando como aconteceu daquele jeito, porque não foi diferente.
Agora já foi e passou de retorno só as lembranças. E as coisas boas, as pessoas
alegres, também passaram por mim, passaram e foram.
Por onde passo vejo papéis e policiais, gente
séria e calada, me lembram da obrigação do domingo.
Votei e voltei pensando que neste mesmo ano eu
tenha que fazer o mesmo caminho de recordações e dever.
Que venha o 2º turno!
Joyce Pianchão
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