quarta-feira, 22 de junho de 2016

Algo me fez pensar nisto...



Não somos capazes

Em muitas situações por mim vividas, senti-me incapaz de fazer algo, por não saber mudar a situação, não saber mudar a visão de uma pessoa, por não saber enfrentar o desconhecido. E então eu me sentia infeliz e desanimada.
Ainda jovem na carreira de professora, apareceu uma oportunidade de lecionar em uma escola particular. Fui a uma reunião e sai de lá sem entender nada! Nada foi dito sobre o funcionamento da escola, sobre o início das aulas, nada se planejou. Mas a conversa corria animada sobre a próxima viagem de um grupo ao exterior.
E então chegou o dia de receber a turma de crianças.
Dentro do ônibus eu comecei a refletir sobre o que me acontecia naquele exato momento. Para onde eu estava indo? O que faria lá? Como iria receber alunos em uma escola que eu nem conhecia?
Não me identificava com nada daquilo!
O mesmo ônibus em que eu estava me levou de volta para casa...
Quando abri a porta de casa meus pais já sabiam do ocorrido, pois alguém da escola já havia ligado. Meu pai me olhou e disse: Achei que você era capaz!
Nem naquele dia, nem nos posteriores ele me perguntou o que havia acontecido.
Segui a vida sempre querendo mostrar a mim mesma que era capaz. Capaz de superar meu medo do desconhecido, capaz de superar a timidez, capaz de ser boa professora.
Tornei-me dura comigo mesma e com os outros, pois a perfeição que exigia de mim queria também ver nos colegas, nos alunos.
Fui capaz de vencer muitas dificuldades na vida, mas compreendi que sou incapaz de mudar as pessoas.
Somos incapazes de mudar o outro, mas podemos inspirar a sua vontade de rever o seu modo de ver as coisas, de se ver.
Quando compreendi isto meu pai já aqui não estava, mas eu sim e sou capaz de me fazer feliz do jeito que me vejo hoje.  Meu pai, no seu jeito de ser e fazer, inspirou-me a aceitar o que não podia ser mudado e de modificar o que em mim podia ser melhor.

Joyce Pianchão

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