A voz de Manuel Bandeira
A noite me trouxe, não sonhos e pesadelos, mas
imagens vividas e que de tão intensas, guardadas ficaram e bailaram,
num barulho que pareceu que eu não dormia.
Amanheceu, levantei cansada e ainda recordando
os acontecimentos vividos à noite.
E então eu havia terminado de ler no dia
anterior o livro “Manuel Bandeira -50 poemas escolhidos pelo autor”. Esclareço,
porém, que não foi ele o motivo da noite mal dormida. Não mesmo!
Claro
que eu já sabia quem era Manuel Bandeira, o poeta, lido nos tempos de
estudante. Mas é que neste tempo lemos por imposição.
Agora ele volta, quando eu procurava algo para
ler me deparei com Manuel Bandeira cronista. Ora! Tenho um fascínio especial
pelo gênero literário e então comprei os dois volumes: “Crônicas da província
do Brasil” e “Crônicas inéditas”, do mesmo autor.
Iniciei
então a leitura do primeiro volume, que ainda estou lendo. Paralelo a este que
leio, peguei na instante do meu filho o livro acima já mencionado “Manuel Bandeira-50
poemas escolhidos pelo autor”, para ler alguns poemas por ele comentados no
livro “Crônicas da província do Brasil”. O que encontrei, o autor diz por mim no poema
Belo Belo:
“-Quero a delícia de poder sentir as coisas
mais simples”
E para completar a beleza simples, da vivência
intensa de sentimentos e lugares viajados de Manuel Bandeira, este mesmo livro
traz um CD com poemas lidos por ele próprio. E então escuto os poemas que li e
sinto que ele se torna mais esclarecedor, mais vibrante, na voz do seu criador.
Isto tudo para dizer que após uma noite
conturbada eu me deliciei com a voz de Manuel Bandeira logo pela manhã, tomando
uma xícara de café que eu mesma fiz.
Joyce Pianchão
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